Hoje alguém me disse que não estavas bem. Disse ainda que,
desde aquele final de semana, choras pelos cantos e vagueias pela cidade feito
um sem teto, sem era nem beira. Isso partiu o meu coração e por um instante
desejei nunca ter dito nada do que disse naquela noite... mas tu bem sabes da
minha forma impulsiva de agir quando estou nervosa. Confesso que desejei recuar
o tempo e ter sido mais flexível, e não me ter comportado como uma louca
compulsiva. Porque só de te imaginar a chorar e saber que o motivo das tuas
lágrimas sou eu, fico despedaçada. Desejei estar ao teu lado para enxugar as
tuas lágrimas, abraçar-te e colar o meu rosto no teu por alguns muitos minutos,
sentir a tua respiração de perto e sentir nossos corações batendo no mesmo
compasso... mas tu apunhalaste-me pelas costas, e ver-te nos braços de
outra...Ah! Isso acabou comigo. Confesso
que algumas vezes tentei procurar-te para saber como estavas, mas o meu orgulho
não me deixou fazer isso; e não sei se ainda lembras mas o meu orgulho quase
sempre, ou mesmo sempre, age por mim. Se calhar é por isso que sempre
perco quem eu amo ou quem penso amar; "Porque
eu ainda te amo" e perdoo-te, o que não quer dizer que esqueci e muito
menos que te quero de volta. Eu não merecia isso! Não depois de praticamente
ter me doado a ti. Por isso prefiro conviver com a dor de te perder e ver-te
sofrer, do que conviver com a insegurança de uma próxima traição.
Autora: Áurea Assíduo
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