Vivemos num continente em que a produção cultural em
geral e a musical em particular são muito presentes no nosso dia a dia. Se
formos a olhar para os grupos étnicos que são mais conservadores a nível cultural,
perceberemos que é, praticamente, impossível dissociar a música da vida das
pessoas. Por esse motivo, é bastante comum vermos em nossos quimbos, as nossas
mamães – conforme são carinhosamente chamadas as matriarcas das famílias
angolanas – a cantarolarem enquanto pisam o milho para transformá-lo em farinha
para o “matete” no pequeno almoço.
Essas atividades, quase sempre feitas à beira do rio,
são executadas em grupo, formando assim um verdadeiro grupo coral daquelas
mulheres trabalhadoras.
Com os homens não é diferente. Nas atividades de caça,
também feitas em grupo, em algumas localidades se criam autenticos grupos
corais e a atividade do canto se alastra pelo dia todo em
todos os dias, com ênfase em cerimonias especiais, como rituais de iniciação
por exemplo.
Portanto, é totalmente natural que haja muita
musicalidade entre os africanos. Porém, quando confrontados com a nossa
história musical na nova geração especula-se que há pouco conhecimento. É,
provavelmente, mais fácil citarmos clássicos da MPB (Música Popular
Brasileira), R&B, Blues, Jazz, como influencias do que citarmos um dombolô,
kiapanga, Soukous ou mesmo o recente Kwato.
Tudo porque há pouca divulgação nesse sentido. Nesse
contexto, o blog MeuAgridoce oferece aos seus leitores algumas sugestões para
instigar o nosso senso de pesquisa.
1 – Oliver N’goma (23 de Março de 1950 – 2010), foi um
cantor e guitarrista gabonês, também conhecido por Noli, cantor que se
consagrou nos estilos musicais como o Zouk, e Soukous, foi das maiores
referencias dos finais do anos 80 e princípio dos 90. Um dos seus sucessos foi o Icole, uma das músicas que
massificou o Zouk em África
2 – Brenda Fassie ( 3 de novembro
de 1964
— 9 de maio
de 2004), foi uma cantora Sul Africana que se tornou popular
ao ser protagonista de grandes hits do afropop dos anos 90. A cantora também
foi referencia cultural na qualidade símbolo contra o apartheid
3 – Luke Dube (3 de agosto
de 1964
- , 18 de outubro
de 2007)
foi um cantor
de reggae
sul-africano,
que tinha forte apelo político e de consciência que se tornou, praticamente, o
único que “rivalizava” com o Bob Marley no sentido de dividir preferências
4 – Papa Wemba (14 de junho
de 1949
— Abidjan,
24 de abril
de 2016)
foi um cantor congolês de Dombolô, e World Music. Um dos cantores com mais
popularidade e muita influencia pelo mundo a fora. Que esse ano deixou
consternação a todos apreciadores da sua arte pelo mundo a fora.
5 – Teta Lando (2 de junho
de 1948
- Paris,
14 de julho
de 2008) Foi um cantor angolano de estilo muito particular que
eu, usando alguma liberdade de criação, direi que seu estilo era um bolero
africano.
Mas para não ficarmos só na homenagem aos mortos,
vamos homenagear também os vivos:
1 - Youssou N'Dour é um compositor e interprete
senegalês com um estilo muito próprio que o fez romper todas as barreiras
geográficas. Fazendo hits internacionais de grande impacto na cultura popular
como esse que apresentamos no link
2 – Felipe Mukenga (Luanda, 7 de
Setembro de 1949) é um cantor e compositor angolano. Dos
cantores angolanos da antiga geração que mais é citado como influência para
nova geração. Por sua visão universalista de compor, ao lado de Andre Mingas(
outro que vale apena pesquisar).
3 – Salif Keita é um cantor maliano nascido em Djoliba a 25 de agosto de
1949, apelidado
como a voz dourada de africa, tem um timbre e uma composição muito peculiar, e
na música que apresentaremos ele divide o microfone com outra diva que jamais
será esquecida Cesária Évora.
4 – Dibango saxofonista e vibrafonista camaronês nascido
em 12 de dezembro de 1933 é um músico de grande reputação,
provavelmente o instrumentista africano de mais impacto mundial
Por último temos o Lokua Kanza:
4 – Lokua Kanza ( Bukavu, 21 de abril de 1958) é um cantautor e arranjador congolês. Que
conseguiu palmilhar por todo mundo graças a um talento sofistica e genuinamente
africano.
Obviamente que a música africana não se esgota em um
blog, por isso fica o convite para a exploração do tema. O MeuAgridoce
garante-vos que não haverá arrependimento.
Autor: Isis Hembe
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