Autora: Bereznick Rafael
Ele era um jovem determinado e batalhador. Tinha toda sua
vida planeada, estudava medicina e pretendia ser um neuro-cirurgião, tinha tudo
sob controlo e odiava o desconhecido, idealizava a mulher para si e sonhava em
encontrá-la, inclusive conseguia ver ela claramente nos seus pensamentos:
morena alta com olhos negros, uma artista que nos tempos livres ouvia Beethoven
e escrevia cartas de amor. Uma rapariga que interpretava silêncios e apreciasse
filmes românticos, ele a via na sua cabeça e como sempre já tinha um plano
traçado para o suposto futuro relacionamento. Era um perfeccionista, até que de
repente encontrou ela, um espírito livre com os olhos tão claros que pareciam
incendiar quem olhasse para eles durante muito tempo, ela era uma filântropa,
não tinha nada de artista, trocaria tudo por um banho de chuva enquanto ouvia
Avril Lavigne, cartas de amor para ela eram um clichê. Príncipe encantado,
homem dos sonhos ela deixava isso para os contos de fadas e filmes de romance,
apreciava uma boa conversa e só ia ao cinema se estivesse passando um filme com
Steaven Seagal, mas ela tinha medo do amor, medo de amar e perder sua essência
por isso. Ela era diferente da mulher que ele sempre sonhou, talvez até o
oposto, ela não tinha um tipo, mas definitivamente não queria ninguém em seu
coração, mas isso não os impediu de apaixonarem-se perdidamente.
Juntos eles desvendaram o mundo um do outro, mataram suas
curiosidades e enfrentaram suas diferenças, ela ajudou-o a deixar de lado sua
mania de controlar tudo, ensinou-o a libertar seu espírito e aos poucos ele foi
mergulhando no mundo daquela rapariga que vivia um dia de cada vez, sem ânsia
pelo amanhã nem remorsos do ontem, vivia cada dia plenamente sabendo que deu o
melhor de si e fez a sua parte tentando melhorar esse mundo sem se esquecer de
si mesma. Com o tempo ela foi deixando de lado o seu medo de amar e deixou-se
levar pelos sentimentos. Eles tinham uma simbiose perfeita, juntos brilhavam e
claramente via-se que eram melhores. Um completava o outro.
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