Autora: Suely Soares
''Por ti eu mato; te
mato e me mato.''
Escolheste um momento
tão errado para me dizer isso, meu amor. As tuas palavras nunca mais saíram
da minha mente e a nossa relação nunca mais foi a mesma. Deixaste-me com medo
de ti.
O que era engraçado já
não é mais; os teus ciúmes que eu tentava achar normais, a maneira como me
apertavas no braço geralmente por ciúmes de algum estranho que me olhou na
discoteca, no restaurante ou na praia, toda feiura daquilo que eu pintava e
fazia parecer lindo, tudo veio à tona.
Por mim tu matas,
matas-me e matas-te. Tive pesadelos todos os dias a seguir, teu sorriso que eu
achava lindo vinha nos sonhos com um som maléfico. Eu comecei a chorar por
nada em momentos desnecessários. Via que estava na hora de desistir de nós
dois ou talvez dar um tempo para tudo acalmar, para o teu amor esfriar, sei
lá, antes que tudo não virasse realmente uma obsessão.
Escrevi-te então uma
carta a pedir que não matasses, mas que desses vida aos nossos sonhos sem me
magoar, sem estragar, sem procurar motivos que não existem, olhares que nunca
olharam, sorrisos que nunca sorriram, desejos meus por outros homens quando na
verdade tu eras tudo que eu sempre desejei desde quando éramos apenas dois
adolescentes.
Mandei-te um email em
slides, com um texto que mostrava um casal que se amava, sem medo dos erros,
dos anseios, do futuro, dos estranhos; só confiando e vivendo, rezando para
que este amor dure para sempre.
Não satisfeita, decidi
ligar-te, mas nem fui a tempo porque o meu telefone tocou. Eras tu a dizer que
precisas de mim para viver... Eu não quero que tu precises de mim para viver,
eu quero que tu não precises de mim, mas ainda assim me queiras na tua vida!
Não mata, não me mata
nem te mates. Só ama a ti mesmo, todos os dias, todas as horas e acima de
qualquer coisa ou pessoa, só isso por favor!
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