Escrita por: Keisha Patrícia
Sabes
quando acordas e o teu cérebro mentaliza-se numa só pessoa? ou até quando dormes
sempre a pensar em alguém?
Eu tenho
18 anos de idade, e conheci o amor quando eu estava a caminho dos 15. Sei exactamente
o que estás a pensar neste momento: ‘’Tão
nova e já conheceu o amor? Não dá para acreditar!’’ Talvez se eu estivesse
no teu lugar, não acreditaria de primeira, mas deixa-me contar como tudo
aconteceu e depois tu dizes se é realmente amor ou não.
Neste
momento eu poderia estar a fazer um monte de coisas: Assistir televisão, ler um livro do Sidney Sheldon, podia estar a correr por aí para sentir o vento
bater no meu rosto, podia estar a conversar com a minha melhor
amiga. Bom... Acho que tu entendeste onde eu quero chegar.
Antes de
começar a escrever, estava a assistir um filme. Na verdade, era o segundo filme
que assistia hoje. Queres adivinhar sobre o que era? Acho que acertaste!
Romance!
Daqueles
que te fazem lacrimejar até ao fim, não que sejam só esses filmes do tipo
cliché que eu vejo, mas eu até gosto de passar o tempo a assisti-los. Fazem-me
pensar bastante e lembrar o motivo que me faz escrever tais coisas.
Conhecemo-nos quando eu tinha cerca de 14 anos... só tenho certeza que eu era
bastante nova, ainda não sabia direito sobre amor e essas cenas que normalmente
eu só via nas novelas e filmes.
O mais
engraçado foi o lugar e a forma que nos conhecemos. Ele e a família dele foram
passar o dia em minha casa naquele dia... Eu conhecia todos da casa dele, pais,
irmã, mas ainda não o conhecia... sabes porquê? Porque ele era o tipo de rapaz
que não frequentava os almoços de família. Hilariante!
Depois daquele almoço, foi um bilhete só de ida para o número de telefone e o
pedido de amizade no facebook. Então passamos a conversar e a nos conhecer
melhor. Para falar a verdade, nessa altura eu estava a namorar com alguém.
Aquele
namoro que é melhor nem explicar, de tão criança que eu era.
Continuando... Eu falava com ele ao telefone, só para acrescentar que falávamos
quase todos os dias, conversa vai, conversa vem, não vou dizer que eu não
estava a sentir algo por ele depois de um tempo. Porque eu estava mesmo.
Falávamos horas e horas, assunto atrás de assunto, era como se o tempo passasse
a voar, eu falava dos meus “probleminhas’’, ele entendia e me ouvia... Ele interessava-se.
Quando me
apercebi de que estava gostando dele, afastei-o de mim. Sei o que estás a
pensar: “Porque é que eu faria isso? Que
idiota!”
Decidi que tínhamos que parar de falar como falávamos, não parecia correcto,
porque eu estava com outra pessoa.
Não foi
tão fácil assim, sabes quando tu precisas fazer algo mas não tens 100% de
certeza que é o melhor? A tua cabeça fica a martelar que tem que fazer a coisa
certa mas, na verdade, tu não sabes como ou pelo menos finges que não sabes.
Depois daquele dia paramos de falar. Eu não ligava para ele e muito menos ele
ligava para mim, afinal de contas ele tinha boas razōes para não ligar para
mim, e nem eu deveria ficar a espera disso. Mas sabes... eu esperei.
O tempo passou e eu já não estava com ninguém, depois de um tempo estava a
mexer no meu telefone e encontrei o contacto dele, aí eu pensei que não poderia
ligar... mas eu liguei.
E nós voltamos a falar, a falar como antes ou ainda melhor do que antes. Não
foi preciso mais de três telefonemas para aquela conversa do “flirt” surgir
outra vez.
No meu solitário quarto ele sabia exactamente o que falar para eu nunca me sentir sozinha. Era natural, era simples, eram as melhores horas ao telefone que eu poderia passar. Porque estava a falar com alguém que prestava atenção em mim. Depois de um tempo cheguei a conclusão de que estávamos a namorar. Claro que quando ele também deu conta disso, oficializou o namoro. E tudo começou, naquele dia, naquela hora, nem eu imaginava que fosse viver o que eu vivi com ele. Depois de um ano de namoro... isso mesmo! um ano!...
No meu solitário quarto ele sabia exactamente o que falar para eu nunca me sentir sozinha. Era natural, era simples, eram as melhores horas ao telefone que eu poderia passar. Porque estava a falar com alguém que prestava atenção em mim. Depois de um tempo cheguei a conclusão de que estávamos a namorar. Claro que quando ele também deu conta disso, oficializou o namoro. E tudo começou, naquele dia, naquela hora, nem eu imaginava que fosse viver o que eu vivi com ele. Depois de um ano de namoro... isso mesmo! um ano!...
Eu nunca
tinha chegado nem aos 8 meses. Medo? Não, durante o tempo que
estivemos juntos em segundo nenhum eu senti medo dos meus sentimentos, o tipo
de medo que podia vir a sentir era só um, o medo de o perder.
Ele ensinou-me a amadurecer, a corrigir alguns defeitos, a ver o mundo de outra
maneira... esse mundo que apresenta mais erros do que coisas boas, onde o ser
humano mata por dinheiro, estupra para satisfazer as suas vontades, mente para
sair bem visto numa situação. Ele ensinou-me a evoluir, mas com muito amor e
carinho. Depois de tudo isso que estás a ler, deves estar a te perguntar se ele
foi o meu primeiro amor. Não é?
Vou
responder para ti: Sim. Foi, sim.
Claro que eu estive nervosa nesse momento, e para falar a verdade não foi algo
que eu planeei acontecer naquele dia, mas aconteceu. Ele foi doce, respeitador
e carinhoso. Depois da primeira surgiram todas as outras vezes. E não foi um
mero sexo que as pessoas que se amam dizem fazer. Aquilo era mais que um
simples sexo que tu podes ter com qualquer outra pessoa. Aquilo era amor, sim,
isso mesmo, amor.
Sabes quando uma mulher sente-se realmente amada? Se estás a ler isso e fores
mulher, eu sei que entendes onde quero chegar. Não era por causa dos presentes
que eu recebia, por causa das palavras bonitas que ele falava. Era por causa do
tratamento que ele me dava, dos sentimentos que ele fazia surgir dentro de mim,
ele me fazia tão bem, que eu estou agora a escrever isso tudo.
Agora, deve ter chegado a parte que perguntas, então, porque é que que tudo
acabou. Porque é que eu não estou com ele agora?
Pois é... Complicado... Essa seria a parte em que eu parava de escrever porque
não aguento passar pela mesma dor, mesmo que seja escrevendo... Estou a
aprender que enfrentar os meus próprios medos, mesmo escrevendo, mesmo chorando
quando estou escrevendo, não me fará sentir pior do que alguma vez senti,
quando eu senti que o estava a perder.
Tínhamos
uma relação tão completa, sem discussões “mesquinhas”, sem brigas por causa de
“ciuminhos”, eu confiava nele e ele confiava em mim.
Ele estava a concorrer para uma bolsa de estudos no exterior, eu estava a
torcer por ele, afinal eu o amava. Quando ele fez o primeiro teste, e o
resultado saiu, eu estava em casa de uma amiga minha, era para aquele dia ter
sido alegre, cheio de risos.. ele ligou para mim e disse: “amor eu passei no
primeiro teste”. Eu felicitei-o e chorei... chorei porque eu sabia que ele iria
passar em todos os outros testes, que ele iria ganhar a bolsa e iria estudar
fora, nós ficaríamos distantes um do outro. Eu sei que eu deveria ficar 100%
feliz. Mas não era assim tão fácil.
Sem que nos déssemos conta, o nosso amor estava a tomar conta de nós e caminhar
para o lado da loucura, da aventura, éramos jovens, os desejos se encontravam a
flor da pele. Foi quando fizemos a nossa primeira loucura.
Eram 1:37
minutos da madrugada e sabes onde ele estava? na minha cama. Porque ele desejava-me
e eu o desejava. Se não tinha ninguém em casa? Tinha! todos estavam em casa, a
dormir, claro. Depois da primeira aventura ter sido perfeita, foi a chave para
as outras acontecerem nas nossas vidas. Não aconteceu apenas uma, duas, ou três
vezes... fomos deixando o clima rolar, não demos conta do perigo e muito menos
das consequências que trariam. Depois da meia noite, ele ligava para mim, dizia
que já estava a chegar e eu era a mulher mais feliz do mundo com ele. Ele
entrava, encontrava-me de pijama, conversávamos por 10 ou 15 min, e depois... tu
sabes exactamente o que acontecia. Ele tirava a minha blusa, eu tirava a camisa
dele, e nem nos dávamos mais conta de onde a parte de baixo tivesse ido parar.
Foram aventuras, as melhores aventuras que alguma vez passei, os melhores erros
que alguma vez cometi... pois é, somos seres humanos e estamos sujeitos a
erros, é disso que a vida se baseia. Mas aquele foi definitivamente um erro
bom.
Ficávamos na cama, trocávamos carinhos, dizíamos o quanto gostávamos um do
outro. Eu era os ouvidos dele e ele era os meus.
Mas essa trama estava a correr bem demais. É claro que até mesmo nos filmes ou
nas novelas chega a parte de enfrentar as consequências dos nossos actos.
Era um dia normal, acordei, comi e passei o dia a ver tv. Quando a noite chegou
e o meu pai decidiu fazer uma reunião familiar. Queres saber qual foi o
assunto?
“Quem tem se encontrado comigo a meio da
noite?”
E assim começou o período mais assustador e depressivo da minha vida. E depois
de uma serie de questionários, de gritos, de bofetadas, de ameaça de prisão, eu
não sabia mais como continuar a minha vida. Naquela noite a minha mãe deu-me a
primeira bofetada na cara, não uma, mas duas, chamou-me de puta, prostituta e mais
alguma coisa... eu nem conseguia olhar pra cara do meu pai. Naquela noite eu
tinha dito tudo, eu disse com quem eu estava e ainda disse que achava que os
culpados eram eles. Afinal de contas, eles nunca me deram nem um espaço para
respirar, nem um dia para me sentir livre. Toda a minha criação foi uma prisão,
não vou dizer que me arrependo pela educação que meus pais me deram, mas talvez
eu precisasse de liberdade, não estou a falar de libertinagem, eu só queria me
sentir mais livre, só isso. Acho que todos precisam de se sentir assim.
Depois da minha mãe estar aos berros ao telefone com o meu namorado e ameaça-lo
de prisão... Não há sentimento nenhum que eu possa usar para descrever como
foi. Eu tentei explicar, mas a vergonha, o medo, e tudo que eu pudesse sentir
era tanto que eu nem conseguia e nem tinha como, até que meu pai deixou escapar
que tinha sido o meu irmão que contou que eu encontrava com alguém.
Meu
irmão?? Sabes como eu me senti? TRAÍDA.
Porque é que ele não falou comigo? Porque é que ele não me disse? Eu sempre o
protegi... em todas as cagadas fora do bacio, eu estava ali a dizer que não
tinha sido ele... e ele faz isso comigo?
No dia seguinte eu já estava a sentir o meu corpo a arder depois da surra da
minha mãe e depois da noite toda que eu passei sem dormir, só a chorar.
Sinceramente eu só pensei em morte. Por que eu não morri antes de viver aquilo?
Antes de ouvir tudo aquilo? Não, eu não sei se foi depressão ou se cheguei
perto disso, só sei que foram os piores dias da minha vida.
Três dias depois, minha mãe resolveu devolver-me o telefone. Tive medo de ligar
pra ele, tive medo de saber se ele já não queria ficar comigo, para falar a
verdade eu pensei que ele já não iria.
Liguei, ele atendeu. Ouvir a voz dele naqueles segundos soube melhor do que
muita coisa. Tu não tens ideia! Depois daquela introdução de preocupação da
parte dele, não foi preciso nem eu dizer como iríamos ficar, e ele disse que
não queria saber sobre os nossos pais, que ele iria ficar comigo, que nós
iríamos enfrentar tudo aquilo, todos aqueles problemas...
Foram
dias difíceis, meses difíceis, horas difíceis. Não podíamos nos ver, para falar
ao telefone eu tinha que me esconder, passamos tempos sem poder nos ver. Aquilo
parecia uma detenção do tribunal que dizia que ele tinha que ficar longe de mim
uns 20 metros, senão iria preso.
Quando conseguimos nos ver eu estava tão nervosa, parecia o primeiro encontro
que eu teria com ele. Sabes nos filmes quando há um ponto de reencontro em que
duas pessoas estão em ruas diferentes, mas tem o canto que junta as duas ruas?
sim! foi aí. Nos beijamos, nos abraçamos, dissemos que nos amávamos, mas o
tempo não era muito nosso amigo, e em fracção de segundos eu tive que ir
embora, só para não deixar que o meu motorista o visse e contasse tudo para a minha
mãe.
Assim
fomos nos aguentando... Quanto ao meu irmão, eu não sei se foi protecção, se
foi ciúme da “queridinha do papá que
nunca cagou fora do bacio”, se foi revolta.
Até hoje
eu não sei. Simplesmente fiquei quase um ano e meio sem trocar nenhuma palavra
com ele... E continuo sem querer saber quais foram os seus motivos, mas é claro
que nunca perco a oportunidade de esfregar na cara dele que ele estragou a
minha vida e que tudo podia ser diferente.
A minha relação com a minha mãe estava a ficar cada vez pior, todos os dias era
uma discussão, e eu discutia com ela por causa dele, ela sabia que eu o amava.
Depois de meses quem se sentiu mal com essa situação foi ele, porque sabia que
era um dos motivos das minhas discussões com os meus pais. E ele dizia “não vamos dar certo, eu queria muito, mas
eles nunca vão gostar de mim, nunca vão esquecer o que eu fiz, vão olhar pra
mim e vão lembrar do passado”.
Ouvir aquilo me magoava tanto, magoava mais porque eu sabia que ele estava a
falar a verdade ou que por mais que eu discordasse na hora tinha um pingo de
realidade. Porque eu sabia onde aquela conversa iria dar, como iria terminar...
E foi bem do jeitinho que eu pensei.
Acabamos
por terminar, não porque quisemos ou porque o sentimento tinha acabado. Foi
porque o destino assim quis naquela altura.
Me conformar? Não foi assim tão fácil. Dia seguinte eu acordei e caí em mim,
percebi que eu já não o tinha comigo, percebi que aquele podia ter sido o fim.
Falei com a minha mãe e disse que estava a acabar, ela disse que não podíamos
fazer mais nada, que depois da borrada que fizemos o melhor era deixar o tempo
passar, e se for para ficarmos junto... ficaremos. Foi a partir daí que eu
descobri que as pessoas podem ser tão esperançosas que nem fazem ideia. Eu
acredito que houve vezes que tentamos seguir em frente... ele foi estudar fora,
então a distância contribuiu para que eu não o pudesse ver mais, porque mesmo
depois de termos acabado, nós conseguimos ficar juntos umas três vezes, e com
juntos quero dizer “juntos mesmo, carne a
carne, amor a amor”.
E depois ele foi embora, nunca tivemos aquela conversa do “vamos ficar juntos a distancia”.
Tivemos
algum receio quanto a isso, ele dizia “distancia
atrai traições, atrai desconfiança, não podemos fazer isso um com o outro.”
Quanto a
mim eu sabia que podia ficar com ele independentemente de uma simples distância
de continentes. Pois é, não é tão pouca assim, mas eu não me
importava, não me importava porque ele estaria comigo, ele continuaria a ser
meu.
Mas eu não
posso tomar decisões sozinha, e por mais que eu quisesse... quando uma pessoa
como ele pensa assim, não consigo mais expor o que eu na verdade quero, então
eu tentei me conformar.
Tentei
seguir em frente porque ja não estávamos juntos. Sofri, sofri muito e continuo
a sofrer, mas continuo com esperança, acho que essa é a parte boa que o amor
nos faz sobressair.
A comunicação entre nós não parou. Claro que era difícil falar todos os dias,
ainda mais quando se quer falar que amamos e queremos de volta. Nós nunca escondemos
os nossos sentimentos um para o outro, e nem sequer tentamos.
Tive outros relacionamentos, opções que as minhas amigas acharam que eu deveria
ter, porque afinal de contas eu estava a tornar-me obcecada por aquele amor que
eu sentia por ele. Elas só queriam o meu bem, mas não entendiam o que eu
realmente tinha passado com ele, tentativas para apagar o passado com um futuro
melhor, mas como fazer isso se o meu futuro melhor sempre será ele?
Sim, eu sofri. Sofri com o facto de não falar com ele todos os dias, sofri e
sofro com o facto de ser sempre eu a mostrar que “estou aqui”.
Mas
quando se tem esperança é assim, até porque só o facto de quando eu falo com
ele, quando eu recebo atenção dele e quando ele demonstra que também “está aqui”, já é motivo suficiente para
que esse amor não acabe.
Ele sabe
que será o homem com quem me vou casar. Eu tenho plena consciência que apareça
quem aparecer para me fazer esquecer, para me fazer seguir em frente com outra
pessoa, não será o mesmo. Porque não será ele.
E assim chegamos aos dias de hoje, em que eu falo com ele quando posso e ele
fala comigo quando pode. Se mudou alguma coisa quanto aos meus sentimentos?
Não.
Quem corre por gosto não se cansa.
06/02/15
Acabo de falar com ele ao
telefone, e no fim eu fiz um sinal de coração. Sabes o que ele disse? “I Love You Too”
Se isso ainda vai dar
certo? Eu não sei. Ninguém sabe! Talvez sim, talvez não. Nós esperamos que sim.
Realmente as vezes o tempo não é muito amigo, mas nesse momento eu estou mais
atenta nele porque, apenas ele dirá o do que nós estamos a espera. Só sei que
não vou desistir. Não quero, agora sim acredito que as pessoas podem ser
persistentes com coisas verdadeiras. Então nós vamos persistir, espero que tu
também não desistas dos teus amores verdadeiros, porque este é e sempre será o
meu amor verdadeiro.
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