Falamos sobre as quedas, as ruas escuras, os becos sem saída. Brindamos aos encontros e choramos juntos pelos desencontros. Ele era alguns anos mais jovem do que eu, muito inteligente, a maior parte do tempo falava palavras que eu não percebia, parece absurdo mas eu ficava sempre com um dicionário por perto. Ele dizia que eu era a rapariga mais pura que alguma vez conheceu...
–
Pura? - Questionei enquanto folheava o dicionário.Ele riu.
– Sim, pura.
Esta não era uma palavra difícil mas era a que menos se adequava a minha personalidade. No dicionário, não encontrei a palavra ''pura'' mas encontrei ''pureza'' e ele disse que servia.
– Bem... Segundo este dicionário Pureza é: Qualidade daquilo que não tem misturas, genuinidade, inocência, virgindade.
Após ter lido em voz alta, fechei o dicionário e olhei fixamente para ele.
– Mas... Olha, eu não sou pura... Já tive muitos namorados antes de ti.
Ele riu.
– Eu não me importo com quem tiveste antes de mim, és minha agora e se depender de mim não irás a lado nenhum.
– Mas...
– Mas nada... Não falo de corpos, não falo do físico. Falo de almas, falo de essência.
Eu sorri e disse:
– Sendo assim...Tu tens uma alma bonita.
– E a mais feliz também, por ter encontrado a tua.
– Um encontro entre almas é mais bonito que qualquer contacto físico.
Ele riu e beijou-me, percorreu a mão direita pelo meu braço, foi descendo e parou pela cintura. Ele era mais novo do que eu, mas transmitia tanta segurança que eu sentia que podia chamá-lo de homem... O meu homem! Perto dele eu me sentia uma adolescente, todos os dias era como se fosse a primeira vez. Ele era paciente, respeitava o meu tempo. Falando nisso... Já eram 23 horas. Ele afastou os lábios dos meus e despediu-se:
– Está tarde, vou andando.
– Já? Estava tão bom...
Lamentei.
– Guarda todo este amor para amanhã.
Ele levantou-se e eu acompanhei-o até a porta, quando abri, apercebemo-nos que tinha começado a chover. Olhamos um para o outro e eu disse:
– Estás a ver? Até os céus choram quando as nossas almas se separam.
Ele riu.
– Tu és tão pura! - Suspirou.
– Tu és tão...Meu. - Suspirei.
A chuva lá fora começou a cair com mais intensidade. Beijamo-nos, ele meteu a mão debaixo da minha blusa, e acariciou-me devagar... Eu fiz o mesmo, debaixo da camisa dele.
Fechei a porta com o pé.
– Preferes no quarto ou podemos ficar aqui? – Perguntei.
– Amar-te sabe bem em qualquer lugar.
Ele tirou a minha blusa e lá de fora ouviu-se um trovão.
Amar o meu homem sabe sempre bem, e sabe melhor ainda ao som da chuva(...) No nosso mundo, chove todos os dias.
Ohw... "Amar-te sabe bem em qualquer lugar!"
ResponderEliminarLove it
Sempre senti e acreditei que entre verdadeiros parceiros existe algo muito mais que apenas o físico... sim, "um encontro entre almas é mais bonito que qualquer contacto físico"...
ResponderEliminarencontro entre almas é aquela "dama" que fisicamente parece não ser tão boa, mas que sem saber porquê dela vc não descola, akela atração transcendente...
se "um encontro entre almas é mais bonito que qualquer contacto físico" então "Amar-te sabe bem em qualquer lugar!"...